Se você sofre com dores crônicas nas costas ou no pescoço e luta para conseguir adormecer, deve imaginar que a dor é o único motivo que o impede de dormir bem. Acontece que esta conexão é mais complexa do que podemos cogitar.

Aproximadamente dois terços das pessoas com dores crônicas apresentam algum tipo de distúrbio do sono, mas as pesquisas têm revelado que dor e insônia são recíprocas e podem coexistir.
Conviver com a dor na coluna é uma tarefa bastante difícil e quando é somada a um sono ruim, resulta numa baixa qualidade de vida.
Fique por dentro das dicas para evitar que isto aconteça e possíveis atitudes que podem reverter o problema ou pelo menos, proporcionar melhoras significativas.
Você tem insônia ?
A insônia é o distúrbio do sono mais comum e geralmente mal interpretado. Primeiramente insônia não se trata apenas da dificuldade de adormecer, também é caracterizada por acordar no meio da noite. Ainda, não pode ser vista como um distúrbio isolado, mas sim um sintoma.
Para combater a insônia você precisa entender onde está a raiz do problema. Pesquisas apontam que em cerca de metade dos casos, ela é resultado de uma condição mental ou emocional, como ansiedade ou depressão (em ambos os casos é comum as pessoas apresentarem dores nas costas e no pescoço).
Um estudo de 2013 publicado no Journal of Orthopaedic Surgery (Hong Kong) descobriu que quase metade dos participantes do estudo tinham dor crônica nas costas e insônia.
Como parte das conclusões da equipe de pesquisa, eles recomendaram que a dor nas costas seja tratada precocemente para evitar complicações sérias da insônia. Acompanhamento médico é necessário na maioria dos casos, mas a mudança de hábitos diários pode corrigir problemas posturais e melhorar a qualidade do sono.
Crie um ambiente adequado

Use seu quarto apenas para dormir. Assista televisão, leia, trabalhe e faça atividades em outras áreas de sua casa.
Espere até você estar com sono antes de ir para a cama. Se você não conseguir dormir em 20 minutos, vá para outra sala até sentir-se sonolento novamente.
Estabeleça um horário diário do sono, para deitar e também para acordar. Torne o seu ambiente do sono agradável. Uma hora antes da hora de dormir, deixe o quarto em meia luz, organizado, limpo e numa temperatura adequada. Escolha com consciência o colchão apropriado para proporcionar conforto e estabilidade para a coluna.
Colchões com terapias como a magnetoterapia, o infravermelho-longo e a energia bioquântica, ajudam a induzir ao sono profundo. Massageadores vibroterápicos também proporcionam um momento de relaxamento antes de dormir, além do alívio de dores.
Verifique também se você se adapta melhor a um colchão de molas ou espuma, e se o colchão escolhido está de acordo com o seu peso e medidas. Tão importante quanto a escolha do colchão é o tipo de travesseiro que você usa.
Leve em conta o material, altura e proteção contra bactérias e fungos. Por exemplo, se você dorme de lado, repare se o seu travesseiro proporciona o encaixe perfeito com a cabeça, para que a cervical acompanhe o alinhamento da coluna.
O tratamento anti-fungos e bactérias é extremamente importante para proteger as vias respiratórias que estão em contato direto com o travesseiro diariamente.
É possível solucionar este problema?
Se você já fez os ajustes mencionados acima para obter uma rotina do sono mais saudável e mesmo assim segue enfrentando problemas de dores ou insônia, há outras alternativas.
A dor nunca é só muscular, também é mental e emocional. Todos os espectros em que a dor se manifesta podem impedir uma boa noite de sono.
O uso da terapia comportamental para dor crônica por exemplo, tem mostrado resultados promissores, com relatos de sucesso em até 80% dos pacientes que realizaram o tratamento.
Além disso, uma revisão de 2014 em Annals of Internal Medicine relatou que, em média, as pessoas que passaram por terapia comportamental, dormiram quase 20 minutos mais rápido e passaram 30 minutos a menos acordados durante a noite, em comparação com aqueles que não usaram a terapia.
Se você luta com dor crônica converse com seu médico para buscar a melhor alternativa.